sexta-feira, 13 de abril de 2012

Só mãe sabe como é...

Preparando a pauta para a 3ª edição da Revista Cegonha me deparei com o dia das mães chegando. Parei pra pensar que este será o meu primeiro dia das mães tendo a Giulia comigo. E pensando nisso, fiquei me questionando sobre o significado disso tudo... sobre o que representa ser mãe pra mim, e sobre o que eu aprendi a respeito.

Na minha opinião, dá pra se preparar pra ser mãe... dá pra ler, participar de cursos de gestante, conversar com outras mães, assistir vídeos, cuidar da alimentação, do corpo e da alma... dá pra desejar e ansiar por este momento... dá pra escolher bem o pai da criança, dá pra planejar a gravidez... mas tem algumas coisas que a gente não pode prever, não tem como se preparar, porque são as particularidades de cada mãe e de cada filho
... A Giulia me ensinou milhões de coisas maravilhosas, como o amor e o sorriso mais puro e verdadeiro, mas hoje estou aqui pra contar algumas coisas bem práticas e corriqueiras que aprendi com ela também... coisas que só mãe sabe como é...

Antes da Giulia nascer, se eu visse um carro parado no semáforo indo pra frente e pra trás sem parar, ia na hora pensar que era algum engraçadinho, ou alguém que não sabe dirigir direito. Hoje eu penso: mais um bebê que reclama quando o carro para. Sim, porque os bebês adoram andar de carro (pelo ao menos a maioria dos que eu conheço), mas isso não quer dizer que eles curtam todos os momentos deste passeio. Parar no semáforo ou no transito lento é a certeza de um resmungo no banco de trás. Mas mãe desenvolve habilidades e usa a criatividade. Quando eu vejo que o sinal está vermelho, já vou de longe reduzindo a velocidade e deixo bastante espaço entre o meu carro e o carro da frente, e aí... dá-lhe ponto de embreagem. Vai um pouquinho pra frente e freia, mais um pouquinho e mais uma freiadinha. Assim a gente se sente boba, mas mantém o balanço do carro e a satisfação do passageiro exigente no banco de trás.


Viajar com a Giulia também em geral é muito tranquilo, em praticamente todas as pequenas viagens que fizemos de carro ela pega no sono, e só acorda quando já estamos chegando no nosso destino. Mas como geralmente não é sempre... já teve viagens em que eu quase fiquei com torcicolo de tanto virar o pescoço pra ela pra conversar, ficar tirando e colocando o óculos de sol, ficar folheando uma revista pra distraí-la e por aí vai... bom mesmo é quando dá aquela crisezinha de labirintite, em que se eu deixo de olhar pra estrada já começa tudo a rodar... acontece, fazer o quê? Eu respiro fundo, e continuo... tira o óculos, põe o óculos, arranca um sorrizinho, tenta outra gracinha... até chegar onde a gente precisa.

Eu sempre fiz várias coisas ao mesmo tempo, me acostumei a ser multifuncional... atender o telefone enquanto digito um e-mail, cozinhar o almoço enquanto organizo a casa e coloco a roupa na máquina de lavar... mas não pensei que ia me acostumar a almoçar/jantar revezando as minhas garfadas com as colheres de papinha pra Giulia. Com o braço esquerdo pra mim, com o direito pra ela. Um gole do meu suco, um gole do suco pra ela. Desenvolver a bilateralidade também é coisa de mãe, porque no meu caso é impossível sentar a mesa para comer, sem a Giulia ficar no nosso pé querendo subir na mesa, puxando a toalha, ou resmugando querendo atenção (ou tudo isso ao mesmo tempo).


Enquanto estava grávida eu passeava nas sessões de brinquedo das lojas especializadas imaginando quais eu gostaria de comprar pra ela, e em como ela se divertiria com todos eles. Todos aqueles brinquedos coloridos e lindos, cheios de pesquisas sobre o desenvolvimento infantil e todas essas coisas. Bobagem! A Giulia tem brinquedinhos super legais, e eu vivo comprando coisinhas coloridas e novas pra ela se divertir. E adianta? Ela gosta mesmo é de morder chinelo, bater panela e organizar tuperware! Gosta é de controle remoto, tentar subir no sofá e todas aquelas coisas que são perigosas e que ela nem deveria chegar perto. FAzer o quê? Brincamos eu e o Giu então!


E por fim, uma coisa que eu aprendi da manei
ra mais prática que poderia acontecer. Você pode desejar ter um parto normal e ter tudo conspirando a seu favor - saúde, médico, apoio do companheiro, bebê encaixadinho na posição correta, etc - e mesmo assim não ter um parto normal. Acontece que eu já estava chegando na 42ª semana de gestação, já estava tendo crises de ansiedade devido a espera (parei de trabalhar quando completei 38 semanas porque eu tinh CERTEZA ABSOLUTA que a Giulia nasceria na semana seguinte), já estava com a malinha da maternidade passeando no carro há mais de 3 semanas e... e... e? NADA! Não estourou a bolsa, não tive contrações, não tive dilatação, nada! Simplesmente não entrei em trabalho de parto. Eu queria o parto normal, por ser normal... por ser natural, então induzir era uma saída fora de cogitação. Pra mim se não tinha acontecido, não era pra ser. E assim, a senhorita Giulia foi "tirada na marra" de dentro de mim em uma cesárea que eu não sonhava que teria que fazer.

É assim... eles já chegam anunciando que as coisas não serão do jeito que a gente pensa.
A Giulia já chegou deixando bem claro quem é que iria comandar a relação. E eu deixo... vou aprendendo com tudo isso e eu me divirto. Então, pensando em ser mãe eu só posso dizer que não era quase nada do jeito que eu imaginava... é ainda melhor!

Só mãe sabe como é... tem coisa melhor nessa vida do que aprender a ser mãe?



quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tem que ser mãe pra entender...

Já faz várias semanas que estou escrevendo aos poucos um post aqui, mas a correria não está deixando eu terminar. Hoje eu vou deixar a correria de lado só um pouco, mas não é pra terminar o post que eu estava escrevendo e sim pra dedicar um todo especial, pra alguém mais do que especial: minha mãe.


Depois que me tornei mãe, passei a dar ainda mais valor na mulher que a minha mãe é. Porque, cá entre nós, mãe é sempre mãe, né?! Mas mulher igual a minha mãe é... isso não é fácil! Aprendi com ela o valor de muitas coisas... o valor da família (mesmo sendo doidos, pirados e esquisitos... família é família), o valor do trabalho e do dinheiro (que sempre vi sendo gerados com muito suor por ela e por meu pai), o valor do descanso (tão raro pra ela, que pra quem conhece, sabe... ADORA trabalhar!) e agora, o principal de tudo... o valor de um filho.

Acho que só quem é mãe pode entender (mesmo que muitas vezes não concorde) as atitudes de outra mãe. Mãe quer proteger a todo custo, mãe acredita até o fim, mãe não quer ver chorar, não quer ver sofrer... a minha mãe é assim... sempre nos criou buscando nos proteger de tudo o que havia de perigoso e errado no mundo, nem sempre deu certo, mas ela não desistiu de fazer o seu melhor.

Hoje vendo a minha mãe sendo avó, vejo umas traquinagens e uma alegria que contagia. Ela disse que ser avó é amar o amor de seus amores, e pra mim, ver ela avó é amar e admirar ainda mais a mulher mais importante da minha vida. Eu já admirava a minha mãe, a mulher que é, e agora admiro também a avó que é... preocupada (às vezes um pouco demais), presente e disposta a enfrentar as noites mal dormidas junto, se for necessário!


Pra quem a vida nem sempre foi fácil, pra quem sempre esteve em pé e firme, mesmo quando precisava suportar as maiores dores, pra quem hoje fica mais velhinha, eu desejo todos os parabéns e todas as alegrias do mundo.


Feliz aniversário, mãe... o seu primeiro aniversário como avó...
Nós amamos você e te mandamos milhões de beijos!

Tutty e Giulia